
Telma&Sérgio
Compartilhe
Dizem que os 40 são os novos 20. E dizem bem.
Aos 40, as noivas são mais maduras, também é certo.
Mas é essa maturidade que filtra a beleza de um casamento.
É essa maturidade que ficou presente, em cada foto que tiramos no casamento da Telma e do Sérgio, no dia 2 de Outubro. A maturidade de um casal que quis realizar o sonho de dizer o "sim, para toda a vida", perante família e amigos. A maturidade de já saberem exatamente para o que vão. A maturidade de saber perfeitamente o que significa o respeito. O que é o certo e o errado. O caminho que querem e, acima de tudo, o caminho que querem, juntos! É o saber consciente de ter uma vida feita, em separado, e em união. E é a consciência do saber colocar em potência um amor verdadeiro, de uma forma tão simples.
Ainda assim, a pureza não se perde por entre esta racionalidade dos sentimentos. Sempre que uma mão entrelaça a outra, enquanto os dois corpos dançam no abrir do baile. Sempre que uma boca procura a testa de uma noiva de 40, enquanto se fundem num abraço. Fica escrito"estamos juntos", que venha o que vier, a pureza está lá.
O Sérgio voltou à casa dos pais para se vestir. Tudo feito como manda a tradição. Numa casa bem típica portuguesa, em Almeirim, esperava-nos à porta de casa. Subiu ao quarto e não foi preciso muito para as primeiras lágrimas surgirem. A mãe. Sempre as mães. Um olhar trocado na reviravolta de um apertar de gravata e foi o que bastou. "Meu filho". O Sérgio tremia como um miúdo de 20 anos. As mãos mal conseguiam dar o nó nos cordéis dos sapatos. Perante o olhar embevecido da sobrinha e da irmã, lá foi inspirando e expirando. Gente boa. Foi o que se sentiu. Chegaram os primeiros amigos e a animação começou logo ali. Conseguiu serenar, não fosse o sobrenome Sereno.
Também em Almeirim a noiva Telma já estava quase pronta quando chegámos. Cabelo no sítio, pinceladas de make up feitas, vestido preciosamente colocado num manequim. Alguns convidados fizeram questão de ir dar à noiva o último beijo de solteira e a azáfama fez-se sentir. A casa dos pais. Foi onde fomos ter com a noiva.
A mãe e o pai a quem a vida não deu tempo para pisarem este momento. Mas estiveram. Do princípio ao fim. Estiveram ali. E levaram a noiva deles até ao noivo dela. Com uma mão agarrava o irmão, Tiago, a outra extensão que resultou dos laços de sangue de São e Diamantino, e com a outra segurava dois balões em forma de coração que lançou ao céu nublado. A música, que já de si é arrepiante, "Chuva" de Mariza, arrepiou ainda mais pelo simbolismo do momento. Iam os quatro de mão dada naquele momento. Porque a chuva caiu. Molhou o rosto da noiva, molhou o rosto do noivo, do Tiago e de todos ali presentes. E isto foi o devolver das emoções, em dias que marcam a vida, dos que ainda em vida trazem a saudade no coração. A chuva ouviu e calou. Calou assim que Telma largou a mão do irmão e agarrou a de Sérgio, que continuava a tremer de emoção. O Sol, nem pediu autorização. Apareceu enquanto trocavam as alianças.
A quinta D. Nuno, em Fátima, pautou, mais uma vez, pelo rigor e elegância e tudo, desde a cerimónia civil, que ali se realizou, ao copo de água, ajudou a realizar o dia de sonho da Telma e do Sérgio.
Há os dias que marcam.




























































